quinta-feira, 30 de junho de 2011

Estação Ferroviária de Pindamonhangaba/SP
Local de nascimento do Pr. José Norberto de Moura
Autor do Livro: "Resgatado da escuridão e do vale"




A Estação Ferroviária de Pindamonhangaba situa-se no km 325,961 do "Ramal de São Paulo" da Estrada de Ferro Central do Brasil e, além desta, o município também era servido por outras duas estações: a de Moreira César, no km 314,958 e a de Coruputuba no km 318,416.

O atual prédio da estação foi projetado e construído volta de 1921 pelo Dr. Dimitrius Stambolos e, até meados da década de 70 este mesmo edifício também serviu à Estrada de Ferro Campos do Jordão.

Em 1952 cogitou-se em transferir as oficinas de locomotivas da Central que, na época estavam localizadas na cidade de Jacareí para Pindamonhangaba mas, ainda não foi possível apurar se tal transferência foi realmente efetivada. O que sabemos é que no período em que a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A) administrou as linhas da Central até a sua privatização em 1996, os prédios que deveriam ser ocupados por essa oficina de locomotivas que seria transferida de Jacareí, sediaram as oficinas de mecanização para os equipamentos que eram utilizados no serviço de manutenção da via permanente (socadoras, reguladoras, dragas, poclains, autos e caminhões de linha). Esse destacamento de máquinas foi transferido para a cidade de Barra do Piraí-RJ, quando a atual concessionária, a MRS ? Logística, assumiu o trecho da ferrovia que corta o Vale do Paraíba.

Estação de Pindamonhangaba em meados dos anos 40. Notem à esquerda o "bondinho" da Estrada de Ferro Campos do Jordão. Foto da Coleção de Júlia San Martin Boaventura. Cortesia: Marco Giffoni.

Após a desativação dos trens de passageiros no início dos anos 80, a estação passou por um período de abandono até ser reformada em 1987 pela própria RFFSA. A Estação de Moreira César não teve a mesma sorte e foi demolida por volta de 1990. Coruputuba, por sua vez, é utilizada até os dias atuais para manobras e carregamento dos trens que fazem o transporte de areia, além de possuir um pequeno ramal que serve à Confab Tubos.

A Estação de Pindamonhangaba é atualmente operada pela MRS Logística, empresa que detém a concessão da malha em bitola larga da Central do Brasil, e que mantém em suas instalações a sala de equipamentos e sinalização, além de um guarda-cancelas que tem a responsabilidade de orientar os funcionários da prefeitura que trabalham nas passagens de nível da cidade à respeito das passagens e manobras dos trens.

O prédio também serve de sede para a ONG Mantiqueira Viva, que o utiliza em seus eventos e reuniões semanais.

Ferrovias do Brasil

Eu sou Carlos Latuff, cartunista e fã ferroviário. O propósito desta página é compartilhar com os internautas uma seleção das melhores imagens produzidas durante minhas expedições ferroviárias. Os registros aqui publicados podem ser reproduzidos pelos interessados, com tanto que para fins não-comerciais de informação, citando a fonte (por gentileza). Sou também colaborador do sítiowww.estacoesferroviarias.com.br, de autoria do pesquisador Ralph Mennucci Giesbrecht, a página mais completa da Internet sobre estações ferroviárias brasileiras.

SÁBADO, 27 DE MARÇO DE 2010


QUARTA-FEIRA, 24 DE MARÇO DE 2010


Estação de Taboca, Bariri (SP) 

Local de nascimento da Miss. Margarida do Carmo Toledo de Moura

Como vimos na postagem anterior (aqui) depois do almoço com o professor Henrique Perazzi de Bauru e Renato Dias chefe do setor de cultura da Prefeitura de Bariri, fomos de carro na companhia do Seu João, o motorista, em busca da parada de Taboca. Seguindo pela estrada que liga Bariri a Bocaina, encontramos uma placa que indicava a localidade. Percorremos um bom trecho de estrada de terra e não achamos nem sinal de qualquer coisa que lembrasse uma ferrovia. Trabalhadores rurais num trator nos informaram de que a pessoa mais indicada para nos ajudar seria o administrador da Fazenda Santa Helena, o Sr. Altivo Goldoni. Fomos então procurar por ele, isso já de volta à rodovia, indo para Bocaina. Chegando na fazenda, um dos empregados nos disse que ele não estava. Tentamos ligar para seu celular, que não atendeu. Este mesmo funcionário subiu numa moto e foi chamá-lo. Voltou logo depois e pediu que o esperássemos. Não demorou para que o Sr. Altivo chegasse numa caminhonete preta. Meio desconfiado, nos recebeu. Pedimos a ele que nos explicasse como chegar até parada Taboca. Ele até tentou explicar, mas ficou claro pra nós que era mais fácil levá-lo conosco até lá.

(Clique na imagem para ampliar)



Voltamos pela rodovia e entramos num acesso sem qualquer sinalização, só mesmo o Seu Altivo conseguiria identificar. Percorremos um trecho de terra roxa em meio a vastos canaviais e lá estava o ponto exato de Taboca, onde Seu Altivo disse ter havido uma estação e também a Fazendo Primavera, com lavoura de café, cocheiras, casas de empregados e uma igreja. A informação procede, como indica esse convite para uma festa religiosa em Taboca, datado de fevereiro de 1933, gentilmente enviado pelo pesquisador Walmir Furlaneto.

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A estação servia as fazendas de café da região e também a passageiros. Quando a Fazenda Primavera foi vendida para usineiros do poderoso Grupo Atala, a providência dos novos donos foi botar tudo abaixo e plantar cana-de-açucar, uma atitude que demonstra bem a truculência do agribusiness.

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O Prof. Henrique em sua página Mafuá do HPA fez uma descrição pormenorizada e ilustrada do que ele mesmo chama de "Saga em busca da estação de Taboca" (veja aqui).

Deixo aqui registrado meu sincero agradecimento a Renato Dias por ter nos possibilitado essa expedição, bem como o Sr. Altivo Goldoni cuja assistência foi imprescindível para a localização das ruínas de Taboca. Mas a expedição não terminou aqui. Nossa próxima parada foi a cidade vizinha, Bocaina (veja aqui).



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Aspecto atual da estação ferroviária de Bocaina.



Fotos e um antigo sino em exibição no interior da estação.



Aspecto da estação quando ainda em funcionamento, nos traços do artista Gumercindo Veronese, de Jaú, datado de 21 de setembro de 1978. A obra se encontra em precárias condições de conservação.



Conhecemos também Walmir Furlaneto, historiador e pesquisador do Museu Histórico Ruth Bueno Pontes Nigro. Walmir dispõe de vasto material iconográfico a respeito da ferrovia, parte dele gentilmente cedido para exibição neste blog. Encerro assim mais uma expedição pelo interior de São Paulo, com as fotos e um texto que Walmir me enviou contando a história da Estrada de Ferro do Dourado (ou "Douradense") em Bocaina.



Companhia de Estrada de Ferro Dourado "Douradense"



"O desenvolvimento da malha ferroviária do Estado de São Paulo, é obra de seus próprios habitantes, e a pequena ferrovia que tomou o nome de Estrada de Ferro Douradense, do vale principal ao rio encontrado em seu traçado, nasceu em expansão natural das lavouras de café e outros produtos, por zonas mais afastadas dos trilhos do grande tronco da Companhia Paulista.



A Dourandense começou a sua construção logo após a aprovação dos estudos definitivos da linha, o que ocorreu em 07 de agosto de 1899. Em outubro de 1900 foram abertos os primeiros 10 km(até Ferraz Sales) partindo de Ribeirão Bonito(estação final da CEPF, do ramal que se iniciava em São Carlos, em bitola métrica), em bitola de 0,60m e, em dezembro seguintes os outros 10 km até Dourado. O prolongamento desta linha prosseguiu e em maio de 1903, inaugurou-se o traçado até Boa Esperança do Sul. Em 20 de agosto de 1906 inaugurou-se o trecho de Boa Esperança do Sul a Ponte Alta com 17 quilômetros



Com alargamento da bitola para 1,00m, a linha primitiva, entre Ribeirão Bonito e Dourado foi suprimida por causa de seu traçado acidentado e a ligação para Dourado, onde haviam as grandes oficinas da estrada, ficou sendo via Trabiju, local que também teve a estação modificada de lugar quando do alargamento da bitola.



Em 1910 a ferrovia chega à Bocaina



Bocaina começou a ser servida pelo trem em 08 de junho de 1910, através da Companhia de Estrada de Ferro Douradense.



O dia 08 de junho de 1910 foi muito festivo para os bocainenses, inaugurava-se a estação da Companhia de Estrada de Ferro Dourado "Douradense". O primeiro trem a chegar veio de Bariri. Quando ele parou na gare ouviram-se prolongadas salvas de palmas, alaridos, a banda musical executou marchas e dobrados e espoucaram fogos e artifícios. Praticamente toda população estava presente cercando os membros da Primeira Câmara. O prefeito era Ulisses Corrêa, rodeado de Onofre Pacheco de Almeida Sampaio, Venâncio Garcia Simões, Alfredo Costa Cardoso, Dr. Emilio Casasco, além do padre Mariano Curia. A Douradense serviu Bocaina até 1949, quando foi encampada pela Companhia Paulista.



A implantação da ferrovia foi de muita importância para o desenvolvimento no município, principalmente no que concerne ao escoamento da produção cafeeira. Aqui existia um ramal que ligava Bariri a Trabiju. Eram dois horários da velha "Maria Fumaça", com o seu tradicional apito. De Bariri para Trabiju o trem passava em Bocaina às 7h30m. De Trabiju as pessoas podiam seguir para São Carlos, onde faziam baldeação para outro trem que as levaria para, Rio Claro, Campinas, Jundiaí e São Paulo.



A ferrovia dividia ao meio a Praça Zeca Livino e o bosque municipal. No horário da tarde, era grande o movimento de pessoas que aguardavam a chegada do trem, pois neles vinham as correspondências e os jornais do Correios, além dos filmes que eram exibidos no cinema. No trem, o passageiro também podia adquirir sua revista ou jornal, que eram vendidos pelo senhor José Lopes, mais conhecido por "Zé Revisteiro". Ele trazia um dos jornais que os esportistas esperavam com ansiedade, a "Gazeta Esportiva". José Lopes foi revisteiro do trem durante 31 anos.



Em 1949, a Cia. de Estrada de Ferro Dourado "Douradense", depois de 39 anos servindo Bocaina, foi encampada pela Companhia de Estrada de Ferro Paulista, S/A que permaneceu até 15 de setembro de 1966, quando o então governador Laudo Natel, determinou o fechamento das estações deficitárias.



O trem que saía de Bariri, passava pelas seguintes estações: Santa Eulália, Taboca, Posto Rangel, Izar, Bocaina, Pedro Alexandrino, Major Novaes, Trabiju, Sampaio Vidal e Ribeirão Bonito.



Em 1966 o último apito



Quantas saudades do horário das 16h30m, quando a "Maria Fumaça", apitava e vinha valentemente rodando pelos trilhos e fazia uma parada em Bocaina para baldeação de passageiros que seguiriam viagem rumo as estações do Izar, Posto Rangel, Taboca, Santa Eulália e finalmente Bariri, onde o trem repousava para recomeçar tudo novamente na manhã seguinte. De manhã, por volta das 7h30m, a rotina era a mesma e ele chegava a Bocaina, partindo rumo a Trabiju, onde existia gigantescos armazéns de café que pertencia ao extinto IBC (Instituto Brasileiro do Café).



Contam os mais antigos que ali se queimou muito café devido a crise mundial de 1929. De Trabiju os passageiros podiam seguir viagem até São Carlos, onde faziam baldeação em outro ramal que os levaria rumo a Rio Claro, Campinas, Jundiaí e São Paulo.



A ferrovia tinha em cada estação um responsável que era designado de "Chefe de Estação". Em Bocaina, Remigio Diegues, era quem respondia por essa função, na qual ele exerceu quase 50 anos. Ele morava em uma casa construída pela ferrovia a menos de 50 metros da estação.



Assim que partia de Bocaina, o trem percorria uns 4 km e depois de atravessar um pontilhão fazia seu abastecimento de água num reservatório conhecido por "caixa d’água".



A última locomotiva que passou por Bocaina, foi a número 730, no dia 15 de setembro de 1966 levando consigo todo material de escritório. Era o adeus da Maria Fumaça aos bocainenses depois de 56 anos."




(Clique nas imagens para ampliar)



Trem estacionado na estação de Bocaina, 1930.
Foto: B.Garcia
Acervo Walmir Furlaneto



Estação da Estrada de Ferro Dourado (ou "Douradense") em Bocaina, 1933.
Foto: B.Garcia
Acervo Walmir Furlaneto



Trem chegando na estação de Bocaina.
Foto: Museu Histórico de Bocaina "Ruth Bueno Pontes Nigro"



Armazéns da ferrovia
Acervo Walmir Furlaneto



Acidente da Douradense ocorrido no trecho Trabiju-Ribeirão Bonito.
Foto: Revista Brasileira de Ferreomodelismo
Acervo Walmir Furlaneto



Locomotiva 730 que vez a última viagem Bariri-Bocaina levando os materiais de escritório e outros pertences na desativação da ferrovia em 15 de setembro de 1966
Foto: José Baptista(ferroviária aposentado)
Acervo Walmir Furlaneto



Última foto dos funcionários na desativação da ferrovia em 15 de setembro de 1966 em Bocaina. Da esquerda para direita: Gabriel, Waldomiro, Lázaro, Remigio Diegues e José Baptista
Foto: José Baptista, ferroviário aposentado
Acervo Walmir Furlaneto



Maquinista da locomotiva 730 em Bocaina, durante a última viagem Bariri-Bocaina em 15 de setembro de 1966
Foto: José Baptista, ferroviário aposentado
Acervo Walmir Furlaneto


Fonte: Ferrovias do Brasil

Catedral da Fé

Parceiros

E-mail recebido da Secretaria de Emprego do Governo do Estado de São Paulo, para o Blog: prjnm.blogspot.com


domingo, 26 de junho de 2011

Eventos

O COPEB (Conselho de Pastores Evangélicos de Bocaina/SP, participa do Congresso de Missões "Projeto Ide" na Igreja Cruzada Cristã de Itaquaquecetuba - São Paulo.

Presidida pelo Pastor e Missionário Isaac Feitosa dos Santos e Pastor Rhagnar Feitosa, envolvendo todos irmãos numa atitude de fé e esperança na "Obra Missionária".

O grande evento também contou com a presença de pastores de cantores e irmãos (ãs) e autoridade do poder legislativo da região, do centrogeográfico do Estado de São Paulo.

Representantes do COPEB de Bocaina: Pastor Márcio Donizeti presidente; pastor J. Norberto vice-presidente, missionária Margarida Catedral da Fé, presbítero e vereador Ed Carlos da cidade de Bariri/SP, pastor Fábio, cantor Gilberto da cidade de Jaú/SP e um grupo de fíéis participantes no evento.

O evento também contou com a presença de pastores (as) da Grande São Paulo e mais de quatrocentos fíéis e convidados da cidade de Itaquaquecetuba.

Parabéns Igreja Cruzada Cristã de Itaquaquecetuba!!!
Pastores: Rhagnar Feitosa, Fábio, Ed Carlos, Márcio e J. Norberto

Cantora Lígia Maria e irmãos de Bocaina

Grupo de Louvor Cruzada Mundial

Presbítero e vereador Ed Carlo da cidade de Bariri/SP.

Congresso Ide - Cruzada Cristã

Congresso Ide - Cruzada Cristã
Congresso Ide - Cruzada Cristã


Cantor Gilberto - Jaú

Pr. J. Norberto da Catedral da Fé de Bocaina, participa do Congresso de Missões - "Projeto Ide" com o Pr. Isaac Feitosa da Igreja Cruzada Cristã. 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Esportes


22/06/2011 23h55 - Atualizado em 23/06/2011 02h38

Neymar brilha, meninos da Vila fazem 


história e Peixe leva tri da 


Libertadores


No Pacaembu lotado, craque abre caminho para título do Santos com gol no início da etapa final. Time vai ao Japão, em dezembro, lutar pelo Mundial

Por Adilson Barros e Julyana Travaglia
São Paulo
Um esquadrão branco, infernal, que tomou a América de assalto. Com um ataque genial, imprevisível, artilheiro. Muitas vezes, o Santos foi descrito assim nos anos 60, quando Pelé e seus companheiros chacoalharam a América. O mesmo texto agora, 48 anos depois, serve para o time de Neymar, Ganso, Elano, Léo, Dracena, Arouca, Durval, Rafael. Sim, senhoras e senhoras: o Santos é, novamente, campeão da Taça Libertadores. Tricampeão (ganhou em 62, também sobre o Peñarol, e 63).
A noite ficará guardada na memória de cada santista. A vitória, por 2 a 1, num Pacaembu apinhado, branco, cheio de santistas com lágrimas nos olhos, ainda teve Pelé vibrando como se estivesse em campo. Do seu camarote, o rei de todos os tempos socava o ar como se um dos gols tivesse sido marcado por ele.
O Peixe e sua nova geração de ouro caminham a passos largos para ser campeão de tudo em 2011. No início do ano, manteve a supremacia em São Paulo. Agora, tornou-se rei da América. O terceiro passo poderá ser dado em dezembro, quando a equipe de Muricy Ramalho terá o Mundial de Clubes da Fifa pela frente. Será a chance de poder ver um duelo fabuloso: Neymar x Lionel Messi.
Primeiro tempo de domínio santista, mas faltou calibrar o pé
Buscando acabar logo com o nervosismo e a angústia das arquibancadas, o Santos entrou em campo querendo um gol rápido. Os comandados de Muricy Ramalho acreditavam que, na pressão, o Peñarol se abriria. Puro engano. Apesar de boas investidas e jogadas inspiradas de Ganso, que acertou ótimos passes, faltou o chute certo. Os números dos primeiros 45 minutos ratificaram o domínio santista. O Peixe teve 67% de posse de bola, contra 33% do seu rival. Foram oito arremates ao gol uruguaio, contra apenas um dos carboneros.
ze eduardo love santos x peñarol (Foto: Reuters)Zé Eduardo disputa a bola com os defensores do Peñarol durante o primeiro tempo  (Foto: Reuters)


























O primeiro lance de perigo veio em chute de fora da área de Elano, que exigiu grande defesa de Sosa. Neymar também teve chance, após passe precioso de Ganso, mas furou. O astro santista esteve sempre cercado por três jogadores. Gingava de um lado para o outro sem conseguir abrir o espaço. À medida que o tempo passava e o gol não saía, o Pacaembu ia murmurando, apreensivo. Léo também teve uma oportunidade ao invadir a área, com o goleiro batido, e errar o alvo. Durval, duas vezes de cabeça, também ameaçou. Sosa ainda brilhou em cobrança de falta de Elano da entrada da área.
O Peñarol, limitado tecnicamente, se resumia a bloquear as investidas do adversário. Segurava o Santos, tentava encaixar um contra-ataque, que não veio em toda a primeira etapa. Assim, o jogo ficou morno. O Peixe murchou, perdeu o ritmo e passou a errar alguns passes, Arouca, principalmente.
Mas quem disse que seria fácil? Era final de Taça Libertadores.
Neymar abre o placar e leva o Pacaembu ao delírio
E aí vem Arouca, em desabalada carreira. Uma arrancada mágica, uma tabela esperta com Ganso, que passou para Neymar, que, enfim, soltava o grito preso na garganta do torcedor nas arquibancadas. Apenas dois minutos de jogo. Neymar, histórico. Um gol que vai ser lembrado para sempre pelos santistas. O gol que abriu caminho para o tricampeonato. 
Neymar gol Santos x Peñarol (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Neymar comemora o gol diante do banco do Peñarol, que só lamenta  (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Em seu camarote no Pacaembu, Pelé vibrava, reverenciando seu sucessor. Em campo, o craque alvinegro chupava o dedo, homenageando Mateus, que chega em novembro. O filho do ídolo santista vai nascer campeão continental. Pé-quente!
O jogo continuou. Claro. Faltavam ainda longos minutos. Nas arquibancadas se abraçavam e choravam. Não dava para fazer os ponteiros correrem mais rápido? Não dava. Então, o Peixe tratava de dar as cartas em campo.
A diferença técnica entre os times era gritante. O Santos, agora, tinha espaços para matar o jogo. O Peñarol tinha dificuldades para sair jogando. Não parecia possível o título escapar. Absolutamente.
O Santos continuava em cima, muito melhor, trocando passes, colocando os uruguaios na roda. Nas arquibancadas, locura total. Então, Danilo arrancou pela direita, deixou o marcador para trás, cortou para dentro e entrou para a história. Pé esquerdo, canto direito do goleiro. Nova explosão no Pacaembu. Choro, abraços. O título estava mais próximo.
- Agora, ninguém tira mais – berrou Léo num microfone à beira do campo.
Gol contra de Durval e pancadaria no final
Mas nada com o Santos é fácil. O Peñarol mostrou suas garras. Numa escapada pela direita, a bola cruzada, desvia em Durval, que tentou rebater e entra. Seria possível? Como em 2005, quando defendia o Atlético-PR, na final da Libertadores contra o São Paulo, o Rei do Sertão marcara um contra.
Foi apenas um susto passageiro. Logo o Peixe retomou o dominio e teve até chances para marcar mais gols. Não precisou. No final, uma cena que não precisava ocorrer: jogadores das duas equipes trocaram agressões em campo, diante de uma Polícia Militar que pouco fez para conter os brigões. Nada, no entanto, que acabasse com o brilho da conquista do Peixe.
Parabéns, Santos e santistas. A América, de novo, é de vocês.
SANTOS 2 X 1 PEÑAROL
Rafael; Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro); Adriano, Arouca, Elano e Paulo Henrique Ganso (Pará); Neymar e Zé Eduardo.Sosa; González (Albín), Valdéz, Guillermo Rodríguez e Darío Rodríguez; Corujo, Aguiar, Freitas e Mier (Urretaviscaya); Martinuccio e Olivera.
Técnico: Muricy RamalhoTécnico: Diego Aguirre
Gols:Neymar, a 1min e Danilo, aos 23min e Durval (contra), aos 34min do 2º tempo
Cartões amarelos: Neymar e Zé Eduardo (Santos); González e Corujo (Peñarol)
Renda e Público: R$ 4.266.670,00 / 37.894 pagantes
Data: 22/06/11. Local: Pacaembu, em São Paulo. Árbitro: Sergio Pezzotta (ARG). Auxiliares: Ricardo Casas (ARG) e Hernán Maidana (ARG).
Fonte: G1